Raízes da maior torcida organizada do país está em reduto italiano, no bairro da Moóca, os porcos podem não acreditar. Mas é fato: a Gaviões da Fiel tem raízes no bairro paulistano da Móoca, reduto da colônia italiana. Mais que isso, as primeiras reuniões da agremiação foram feitas – imagine! – na casa de um porco e de uma bambi, cujo filho, Flávio Tadeu Garcia La Selva, viria a se tornar o sócio número 1 e primeiro presidente da maior torcida organizada do planeta. “No mesmo ano em que criou a Gaviões, meu irmão entrou para a faculdade de Direito do Largo São Francisco. Desde então, até o fim da vida, se dedicou totalmente a ajudar os outros”, conta Wanda La Selva, organizadora da Semana Flávio La Selva, que, entre outros eventos, exibirá uma mostra fotográfica na Assembléia Legislativa de São Paulo, até o dia 9. No esporte, La Selva foi também dirigente da Federação Paulista de Futebol de Salão, diretor do Sport Club Corinthians Paulista, presidente da Associação das Torcidas Organizadas do Estado de São Paulo. Em 1988, Vicente Matheus o convidou para a vice-presidência do Corinthians, cargo que ele não aceitou por já estar doente. No Carnaval, foi também vice-presidente da União das Escolas de Samba Paulistana, vice-presidente Jurídico da Federação das Escolas de Samba do Estado de São Paulo, integrante das escolas de samba Vai-Vai e Vila Dalila. Da procissão ao desfile, Formado em Letras e em Direito, La Selva tinha um espírito humanista. Fundou o Grupo de Defesa da Cidade, ao lado de Humberto Mesquita e Sérgio Camarano. Foi sócio benemérito do Hospital Humberto Primeiro e integrante da Casa de Saúde Ermelindo Matarazzo, que ajudou a recuperar de dificuldades financeiras. Em sua homenagem, foi batizada a Escola de Primeiro e Segundo Graus Prof. Flávio La Selva, no Jardim Ângela, zona Sul de São Paulo.
Católico praticante, era amigo de Dom Paulo Evaristo Arns, ao lado de quem participou de momentos históricos nos tempos da ditadura. “Quando chegava a época da procissão de Corpus Christi, Dom Paulo mandava chamar o Flávio e dizia: deixa por conta dele que sai direito, ele tem experiência dos desfiles de carnaval!”, lembra o amigo Jureni José dos Santos, atualmente conselheiro vitalício da Gaviões. Outro conselheiro vitalício, Sérgio Romano, o Paracatá, lembra das vezes em que o grupo de fundadores da Gaviões era agredido por capangas de Vadih Helu: “Ele queria comprar aqueles que faziam oposição às arbitrariedades. Oferecia ingressos, ônibus gratuitos … mas a Fiel não se dobrava. Então ele mandava bater. Mas a torcida se fortalecia ainda mais”.
sábado, 24 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Esse texto foi copiado do site Brasil de Fato ou àquele plagiou deste?
ResponderExcluirhttps://www.brasildefato.com.br/node/2431/